domingo, 15 de março de 2020

O Dilema de "ter noção" sem ficar maluco

Sinto-me triste por ter de voltar aqui nestas condições. mas o COVID19 esta cá, estamos numa contenção que parece mais uma quarentena e eu preciso de trabalhar - seja qual for a definição de trabalhar -  para não deixar o meu sistema colapsar.

Imagem tirada de espalhafactos no Instagram
Já ouvi várias versões desta frase nos últimos dias, incluindo da boca da minha mãe. E tenho de pedir desculpa, mas não é assim tão simples.

É verdade que somos mimados: temos televisão - mais valia não termos que virou tudo CMTV -, internet, temos a possibilidade de encomendar coisas online, temos acesso a livros, e se tudo falhar, podemos fazer exercício em casa.

Mas a verdade é que a maioria de nós nunca teve de passar por guerras, dificuldades ou limitação da liberdade. A maioria de nós nunca passou por um racionamento ou teve de estar em alerta permanente.

A realidade é que, se a parte racional do nosso cérebro até percebe todas as medidas que estão a ser tomadas, nós somos seres humanos - somos falíveis, emocionais e hoje em dia. na maior parte da vezes, stressados e ansiosos. Se percebemos que atrasar o surto é o melhor para todos, ao mesmo tempo só queremos que isto acabe.

Mexe com a cabeça de uma pessoa ver as cidades ficarem vazias de repente. Mexe com uma pessoa saber que vai ter de alterar todos os seus hábitos por tempo indefinido. Mexe com uma pessoa não saber se vai ter ocupação ou compensação no mês seguinte.

Mais que tudo. mexe com uma pessoa ver a luz ao fundo do túnel a ficar mais longe e não mais perto. Talvez ainda mais não poder dar e receber afeto daqueles que ama.

Claro que vou tentar "ter noção" - embora estas medidas de contenção criem uma paranoia tal que deixa a convivência difícil. Mas Deus e todos os que me rodeiam que me perdoem, eu vou aproveitar todas as desculpas que puder para ir à rua nem que seja por uns minutos, que a janela ou o pátio não ajudam com a claustrofobia social.

Enquanto puder, vou aproveitar os pequenos momentos do dia em que posso sair, para não dar em doida a pensar em tudo o que devia ter feito e não fiz. Posso até comprar um pão a mais, mas vou tentar ser mais conscienciosa no uso do papel higiénico, para não ter de fazer aquela figura de meme que todos comentam mas fazem.

Agora é tempo de olhar para fora, mas já que vamos estar mais isolados que nunca, é sobretudo tempo de olhar para dentro. Se vamos ter de usar o carro para nos deslocar mais vezes ou gastar mais água com a higiene aprimorada, então vamos tentar também melhorar os nossos hábitos noutras áreas, para minimizar o impacto ambiental que esta crise vai com certeza ter.

Há muito em que pensar, desde o passado, ao presente e ao futuro, e infelizmente muitos de nós vão ter tempo redobrado para isso.

A sociedade vai ter de sair disto mudada, com novos modelos de ensino e de trabalho, quem sabe novas regras de convivência.

Nunca estivemos tão isolados, e a minha esperança é que seja pelo menos tempo possível. Mas não nos podemos esquecer que somos seres humanos, e vamos continuar a ser.

Até lá, podemos todos fazer uma lista de desejos para quando formos "lobertados" - que já sei os primeiros 5 itens da minha, e vocês?

3 comentários:

  1. Curto muito seus posts, são muito bem criativos e interessantes.. Sempre estou aqui lendo e compartilhando com minhas amigas...

    Beijos 😘.

    Meu Blog: resultadopernambucodasorte.net

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  2. obrigada! e desculpa a demora!

    xpxo

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