Leituras: Abril e início Maio

Boa tarde. Espero que estejam bem. Hoje é o dia do Cortejo Académico, portanto por esta hora devo andar pelo Porto. Mas deixei este post preparado para vocês. Estas foram as leituras que fiz através do NetGalley em Abril e inícios de Maio. Espero que gostem, eu em geral gostei bastante destes livros.

"Dare You To" é o segundo livro na série "Pushing The Limits", embora só seja relacionado de uma forma remota, sendo que a Beth é uma das amigas do Noah, o protagonista do primeiro livro (isto pode ser um pouco confuso se não tiverem lido os dois, mas não precisam, eu vou fazê-lo mas também ainda não fiz). Como o primeiro livro, este segue na linha dos casais de adolescentes improváveis, tipo opostos mesmo. Neste caso falamos na já mencionada Beth, uma rapariga de aparência punk com uma atitude durona, com graves problemas com a mãe e dependente dos amigos, e do Ryan, a estrela da equipa de basebol da escola, com uma vida aparentemente estável, bons amigos, muito bom aspeto e uma fome insaciável de sucesso (já para não falar do sindrome de Principe Encantado que desenvolve no decorrer da história). Nenhuma das suas vidas é como parece, e descobrimos isso quando a história aumenta de intensidade. Quando se conhecem, colidem de uma maneira muito especial. A história começa de uma forma fora do normal, mas acaba como é suposto. Quanto ao resto, é dificil contar sem falar demais.
O desenvolvimento do livro passa por tudo: clichés, passando por fofinho, engraçado, e depois as longas sessões de drama, que são grande parte dos capitulos da Beth, e impediam-me de largar o livro porque não gosto de deixar as histórias em partes tristes e inconclusivas.
Mas isso é outra coisa: temos as narrativas tanto de um como do outro em alternância, o que ajuda a ligar-nos a ambos (eu liguei-me mais a ele, e isso dificultou ler os capítulos da Beth, mas yah) e é mais interessante quando corta de um para outro no meio de uma cena, porque se vê os dois lados. As narrações deles são muito engraçadas e honestas, eu acho. A grande diferença é a linguagem, interna e externa (a da Beth é mais colorida) e o tom (os capítulos do Ryan são mais leves, abertas e confiantes, os da Beth mais negros, inseguros e pessimistas).
Eu pensei que ia ser mais pesado, pelo resumo, se isso era possivel, mas por dificil  que fosse (e isso mostra que eu estava bastante ligada ao livro), era mais leve e delicado do que eu esperava, mesmo com a vida da Beth em Louisville, que não é fácil. Eu ficava bem com menos dos capítulos dramáticos (o livro parece focar-se muito nesses, e menos nos bons, o que é pena, porque alguns personagens que eu gostei quase não aparecem, e outros parece que não desaparecem).
Os últimos capítulos são mesmo muito dificeis, provavelmente os mais dificeis. Por isso eu li sempre a correr. Mas depois dois dos últimos capítulos são os meus favoritos, por isso vale a pena. E depois estes são os capítulos que trazem respostas, por isso são necessários, e fazem os outros saber muito melhor.
Blabla à parte, eu gostei imenso deste livro, e espero ver o resto desta série, especialmente Crash Into You, que sai em Novembro,  porque quero que o amigo da Beth tenha uma relação como deve ser, para eu parar de o odiar.
Por agora, desafio-vos a ler este livro, porque se forem como eu, vão adorar. =)

(Entretanto, descobri a história das várias versões do livro...são de vários países, mas não têm grandes diferenças, a não ser formatações e isso...)

"Plain Admirer" não é exatamente o tipo de livro que eu costumo ler. Quero dizer, é uma história romântica sobre uma mulher forte e independente, mas também é passada numa comunidade Amish. Mas isso também foi parte do que me atraiu, porque gosto de conhecer e tentar entender culturas e cenários diferentes.
Achei o resumo enganador, sendo que se foca em como ela começa a receber cartas de um admirador quando perde o emprego para o sobrinho do patrão. Ora, ela perde o emprego para o sobrinho do patrão sim, mas em circunstâncias muito especiais, e as cartas apenas aparecem a meio do livro, ele não sabe quem ela é,  e ela responde às cartas, por isso...
Dito isto, "Plain Admirer" é de facto a história de Joann Yoder, uma jovem Amish sem aspirações a casar, com todas as suas esperanças no seu emprego e em conseguir deixar de viver nas casas dos vários irmãos, até que Roman Weaver, que recentemente perdeu o uso de um dos braços num acidente,  é forçado a deixar o seu emprego no negócio da familia e ficar com o de Joann.
O desenvolvimento do livro é bastante modesto, como deve ser, porque falamos de gente super conservadora. Temos as perspetivas de ambos os personagens dadas por um narrador externo, o que eu não adoro, mas aqui funciona. Eu gosto sempre de algum "picanço", e sendo que estes personagens têm sentidos de humor particulares, e estão zangados no início do livro, é isso que acontece, o que é bom, que assim não é um livro meloso. Gostava que se tivesse desenvolvido um pouco mais depressa, para termos mais um bocadinho do final feliz e das partes positivas, mas pronto.
O livro também tem uma linha de mistério/crime, relacionada com ataques contra a população Amish, mas, apesar de ligar bem com a história, não é muito desenvolvida.

Mas sim, eu gostei do livro, achei refrescante uma relação mais de tipo de amizade, quando todos os livros parecem focados em experiências sexuais, e gostei de conhecer uma cultura diferente, mesmo que não em profundidade. Eu acho que é um livro bom para senhoras e meninas lerem.  E até me veio a lágrima aos olhos no fim.

"The Testing" é mais uma daquelas séries/trilogias futuristicas pós apocalipticas. Está a ser promovido como parecido com The Hunger Games, mas não acho por aí além parecido, apesar de não ter lido THG. Se tivesse de dizer, diria que é mais parecido com Divergent ou The Maze Runner, mas claro, deve ter elementos dos três.
"The Testing" passa-se nos EUA no futuro, após Sete Guerras, tanto humanas como naturais, terem destruído grande parre da Terra. Esta é uma das minhas coisas preferidas neste livro: a forma como esta sociedade é realmente diferente da nossa, com  os seus solos inferteis, animais mutantes e tudo isso. Mas também o facto de que, apesar de não ser bem explicado, as pessoas no livro terem perfeita noção de como chegaram á situação em que se encontram.
A nossa heroina é Malencia Vale, a mais nova de quatro irmãos e a única rapariga. Quando a conhecemos ela está a acabar os estudos e sonha ser escolhida para os misteriosos testes, que lhe darão acesso à Universidade. Ninguém sabe realmente o que lá se passa, mas todos querem ir, para ajudar a reconstruir a sua sociedade. O problema é, onde a Cia vive, ninguém foi escolhido durante uma decada.
Acho que não surpreendo ninguém quando digo, pois isso muda quando conhecemos a Cia. E enquanto as primeiras três etapas são o esperado, os candidatos vão descobrir que os testes são muito diferentes do que se pensa.
Eu devo dizer, há quatro fases oficiais de teste, e enquanto elas dão pistas sobre a quarta, elas passam depressa e sem grandes eventos, o que terá a ver com o facto de que mesmo no tempo do livro elas são rápidas, que são sobretudo testes intelectuais e que, não sei se intencionalmente, a narrativa nunca
é muito detalhada ou descritiva (yap, quando é demais, pois é demais, se não há, sentimos a falta...)
As coisas ficam mais interessantes na quarta fase, que penso que ocupa perto de um terço do livro e digamos que aqui eu começo a perceber a comparação com The Hunger Games, sendo que a violência aumenta, e as pessoas mostram a sua verdadeira personalidade e algumas reviravoltas materializam-se inesperadamente. E claro, há romance, como tem de haver sempre. =)
O fim é em si uma enorme reviravolta, embora fosse sempre um cenário possivel, não deixa de chocar que aconteça mesmo. Mas faz sentido, porque acho que traz uma história mais interessante e produtiva para o segundo livro, porque poderá trazer mais revelações para o segundo livro, sendo que deixa imensas questões abertas.
Acho que o livro se destaca porque, quer as falhas na narrativa sejam  intencionais ou não, elas fazem o livro parecer concentrado em jogos psicológicos, mas a falta de grandes sequências de ação pode afastar leitores.
De qualquer dos modos, eu gostei imenso do livro e estou curiosa com as perguntas que ficam por responder, por isso espero definitivamente ler "The Testing: Independent Studies", que sai no Outono. Vocês podem ver se gostam do livro se lerem "The Testing Guide", uma introdução que ainda vos deixa ler, se não me engano os 3 primeiros capítulos, e que podem encontrar gratuitamente AQUI.

E pronto, é isto que eu tenho lido. Espero que tenham gostado, desculpem o texto longo, eu gosto de ser bastante detalhada.

xoxo